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Neoliberalismo e avaliação da educação infantil.

Como as políticas neoliberais se expressam em avaliações na educação infantil?

Buscaremos analisar os instrumentos de avaliação da educação infantil que vêm sendo recomendados por organismos internacionais em diversos países, assim como as armadilhas neoliberais contidas em tais propostas.

O encontro ficará disponível no Youtube, quem participar ao vivo terá direito de certificado.

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Abordagens de avaliação educacional: a constituição do campo teórico no cenário internacional

Regilson Maciel Borges e José Carlos Rothen

Este artigo apresenta uma revisão teórica das principais abordagens de avaliação que marcaram a trajetória da avaliação educacional no cenário internacional. Trata-se de uma pesquisa bibliográfica que, referenciada na literatura da avaliação, busca estudar as variadas dimensões e os diferentes sentidos que constituíram historicamente o campo da avaliação educacional. São descritas sete abordagens de avaliação: a avaliação baseada em objetivos, a avaliação baseada na lógica científica, a avaliação baseada no valor agregado, a avaliação a serviço da decisão, a avaliação orientada para consumidores, a avaliação centrada nos participantes e a avaliação qualitativa. Cada uma dessas abordagens é caracterizada segundo seus protagonistas, objetivos, enfoques conceituais, orientações teóricas decorrentes de pressupostos metodológicos e os estudiosos que deram continuidade nas suas respectivas abordagens. Essa literatura internacional exerceu forte influência sobre os pesquisadores brasileiros da avaliação que, fundamentados nesses referenciais, buscaram sustentar uma área de conhecimento que ainda se encontra em processo de constituição e fortalecimento em nosso país.
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Considerações finais
Este artigo analisou a constituição teórica do campo da avaliação no cenário internacional a partir da contribuição de estudiosos que sistematizaram diferentes abordagens existentes no campo da avaliação educacional, com destaque para as abordagens de avaliação centradas nos objetivos, na lógica científica, no valor agregado, no serviço para a decisão, nos consumidores, nos participantes e no enfoque qualitativo.
A avaliação baseada em objetivos busca determinar se os objetivos educacionais foram atingidos. Os principais autores dessa abordagem são Tyler, Metfessel, Michael, Bloom, Hammond, Popham e Steinmetz. Suas vantagens são a fácil utiliza- ção, a aceitabilidade e o foco nos resultados. As principais críticas a essa abordagem se concentram no seu foco exclusivo nos resultados, no reducionismo que gera e na sua linearidade.

Veja outros textos da pesquisa Avaliação educacional: teorias dos anos 1980. 

A avaliação baseada na lógica científica se equivale à pesquisa científica e, enquanto tal, segue a mesma lógica do método científico. Os principais autores dessa abordagem são Campbell, Stanley, Suchman, Cronbach, Lindquist, Snow, Boruch, Glass, Maguire, Wiley, Bock, Klineberg, James, Herzog e Fleck. As vantagens dessa abordagem são o foco nos resultados e a credibilidade. Suas desvantagens se direcionam às aplicações da experimentação em assuntos humanos.
A avaliação baseada no valor agregado procura determinar o quanto a escola contribui para o crescimento de seus alunos. Os principais autores dessa abordagem são Sanders, Horn, Webster, Mendro, Almaguer e Tymms. As vantagens dessa abordagem são a criação de banco de dados, o uso eficiente de testes padronizados e o progresso contínuo. Suas desvantagens são a forte dependência do quantitativo, o não detalhamento das entradas e dos processos do programa e a pouca utilização de métodos qualitativos.

Veja  Avaliação e Regulação da Educação Superior brasileira:  história e políticas 

A avaliação baseada no serviço para a decisão fornece informações para que os programas melhorem seus serviços. Os principais autores dessa abordagem são Stufflebeam, Alkin, Cronbach, Patton, Reichardt e Wholey. Suas vantagens são o atendimento de necessidades específicas, a ajuda na decisão, a apresentação lógica das informações, o equilíbrio no uso de métodos quantitativos e qualitativos, e seus princípios democráticos. As desvantagens são a perda de independência dos avaliadores, a ênfase excessiva na avaliação formativa e a pouca dedicação à avaliação somativa.
A avaliação baseada nos consumidores é vista como um processo de determina- ção de mérito e valor. Os principais autores dessa abordagem são Scriven, Glass, Ken Komoski, Morrisett e Stevens. Suas vantagens são a ênfase numa avaliação independente e objetiva, com redução do fator subjetivo, e a alta credibilidade com grupos de consumidores. Suas desvantagens estão relacionadas à sua independência, pois pode intimidar a inovação e sufocar a criatividade.

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A avaliação baseada nos participantes visa descobrir, investigar e abordar os problemas de um programa. Os principais autores dessa abordagem são Stake, Denny, MacDonald, Parlett, Hamilton, Rippey, Smith e Pohland. As vantagens dessa abordagem são o uso de métodos qualitativos, a triangulação de diferentes fontes, a participação dos interessados na avaliação e a comunicação eficaz dos resultados. As desvantagens são a falta de credibilidade externa e de independência dos avaliadores e a pouca clareza dos resultados.
A avaliação qualitativa se baseia nas perspectivas valorativas dos interessados. Os principais autores dessa abordagem são Guba, Lincoln, MacDonald, House, Parlett, Hamilton, Halpern, Bhola, Schwandt e Fetterman. As vantagens dessa abordagem são os processos de negociação, as orientações democráticas, a descrição detalhada e a liberdade de escolha dos métodos. Suas desvantagens estão na dificuldade da produção de relatórios devido ao envolvimento e à interação contínua entre avaliador e avaliados.
As abordagens de avaliação descritas no quadro da revisão téorica realizada neste estudo, além de fornecerem uma compreensão do desenvolvimento histórico e conceitual do campo da avaliação no cenário internacional, também oferecem, aos interessados pela avaliação, a possibilidade de escolha daquela abordagem que julgarem mais apropriada para responder à natureza de determinado problema educacional. Nesse caso, o avaliador precisa, necessariamente, dispor de liberdade para elaborar o planejamento da avaliação, escolher os instrumentos a serem aplicados e participar efetivamente na execução do plano de avaliação – sem contar a necessidade de se observar as diferentes realidades a serem avaliadas e de incentivar o envolvimento dos demais membros no processo avaliativo. Caso contrário, corre-se o risco de que o avaliador pareça o único responsável pela avaliação.
Entendemos que, de alguma maneira, as abordagens de avaliação apresentadas influenciaram e continuam presentes em nossas práticas e estudos de avaliação. No passado, em nosso cenário educacional, essas abordagens marcaram fortemente a produção científica brasileira sobre o tema que, inicialmente focada na ideia tyleriana de avaliação como atividade final para alcançar objetivos, passou, com o tempo, a incorporar outras alternativas metodológicas de cunho mais qualitativo para a avaliação, com destaque para as concepções de Scriven, Stake, Stufflebeam, Parlett e Hamilton, incluindo a dimensão política de MacDonald e democrática de House. Ainda hoje os conceitos de avaliação somativa e formativa de Scriven têm orientado nossos estudos, assim como a proposição de Guba e Lincoln em torno da ideia da avalição como negociação e a presença do estudo de caso como técnica de pesquisa na avaliação, conforme proposto por Stake, Guba e Lincoln e MacDonald.
De modo geral, compreendemos que essa literatura internacional, traduzida nas abordagens de avaliação expostas, exerceu forte influência sobre os pesquisadores brasileiros da avaliação que, fundamentados nesses referenciais, buscaram sustentar uma área de conhecimento que ainda se encontra em processo de constituição e fortalecimento em nosso país. A adoção dessas fontes marcou um novo momento para os estudiosos brasileiros da avaliação que, munidos por essa literatura, passaram a desenvolver referenciais teóricos alternativos ao modelo tecnicista de avalia- ção predominante até então. Com isso criaram espaço para o surgimento, em nosso meio, da chamada avaliação emancipatória.

As Armadilhas do Discurso sobre a Avaliação da Educação Superior

José Carlos Rothen, Andréia da Cunha Malheiros Santana, Regilson Maciel Borges

Os discursos das propostas de avaliação da educação superior tornam-se armadilhas ao não articularem o seu para quê?, para quem?, o quê? e como?. Neste artigo, explicita-se como tais armadilhas são construídas a partir da análise de uma proposta de planejamento e avaliação de uma instituição pública do Estado de São Paulo. A análise da proposta tem como base as ideias de Paulo Freire e outros autores que investigaram a proliferação dos sistemas de avaliação como controle. Conclui-se que, na construção discursiva das diferentes propostas de avaliação, frequentemente, está presente a ideia de controle. Embora utilizem um discurso emancipatório, elas instauram um instrumento de controle quantitativo que pode gerar um aumento da exclusão, do produtivismo e da competição. Leia mais As Armadilhas do Discurso sobre a Avaliação da Educação Superior

Policies for Evaluation and Regulation of Higher Education in Brazil (1995-2010), supporting the expansion of private higher education

Gladys Beatriz Barreyro
José Carlos Rothen
Andréia da Cunha Malheiros Santana
This paper analyzes the routes of the evaluation of higher education in Brazil, from 1995 until 2010. In 1995, during Fernando Henrique Cardoso’s administration, higher education began a process of expansion through private enterprise. At that time, evaluation had a key role. The focus was the evaluation of courses conducted by the Ministry of Education by the application of an assessment test to measure the quality of the system. With the results of this test, a ranking of institutions was created, and used later by these institutions for publicity purposes. Since 2003, after Luiz Inácio Lula da Silva assumed the Presidency of the Brazilian Republic, the evaluation of higher education has been revised and institutionalized with the establishment of the National Higher Education Evaluation System (SINAES). This system displays a shift in the focus of evaluation, from institutional competition to quality improvement. However, since Lula’s second administration, evaluation has had extra features: new indices have been created and the rankings have arisen again, this time conducted by the Ministry of Education itself. Gladys Beatriz Barreyro, José Carlos Rothen & Andréia da Cunha Malheiros Santana 215 | P a g e This paper examines the role of evaluation at those different moments, in Brazil, according to the context of changes resulting from globalization processes. Leia mais Policies for Evaluation and Regulation of Higher Education in Brazil (1995-2010), supporting the expansion of private higher education

Avaliação e política institucional: estudo dos indicadores “qualificação docente” na avaliação das “condições de oferta de cursos”

O trabalho é uma contribuição à discussão das implicações das avaliações, promovidas pelo MEC, para o Ensino Superior Brasileiro. A análise é construída a partir do ponto de vista de um administrador de uma Instituição de Ensino Superior com diversos cursos, que pretende inferir do grupo de indicadores “Qualificação Docente” na avaliação das “Condições de Oferta de Cursos” elementos para a elaboração de uma política institucional. Com o objetivo de apontar as dificuldades oriundas da não unificação dos critérios de avaliação das comissões, são utilizadas no estudo as planilhas dos cursos avaliados no ano de 1999. No trabalho discute-se as questões: o quê é avaliado? Quais as mudanças que os indicadores induzem? É possível identificar nesses indicadores critérios para elaboração de política institucional global?

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