Avaliação em larga escala é um processo valorativo e diagnóstico que envolve a produção de indicadores educacionais, aferição da qualidade, equidade e eficiência, bem como a elaboração, monitoramento e aprimoramento das políticas educacionais desenvolvidas em âmbito federal, estadual, municipal ou na iniciativa privada.
Ainda que as avaliações do corpo discente sejam mais difundidas, é possível avaliar toda a comunidade escolar, por meio de provas, testes e da utilização de questionários para coleta de informações. Por envolver a análise de um grande quantitativo de indivíduos, as avaliações em larga escala podem ser censitárias ou amostrais. São avaliações censitárias aquelas que buscam avaliar a totalidade de pessoas pertencentes a um grupo, como por exemplo, o(a)s estudantes concluintes da educação básica do estado do Amazonas. As avaliações amostrais são as que avaliam uma amostra representativa de uma população, isto é, uma parcela representativa da população é selecionada para realizar os exames e/ou responder aos questionários. Como exemplo de avaliações em larga escala amostrais podemos citar aquelas nas quais são selecionado(a)s alguns estudantes, turmas e/ou instituições educacionais, representativas de uma determinada etapa do ensino. Independentemente de ser censitária ou amostral, não é objetivo das avaliações em larga escala levantar informações individualizadas sobre pessoas e/ou instituições de ensino.
Para medir o conhecimento do(a)s respondentes, as avaliações em larga escala utilizam provas ou testes que contêm questões (itens) discursivas e objetivas. Os conteúdos curriculares presentes nas provas ou testes devem ser amplamente conhecidos pela população objeto da avaliação e devem ser publicizados em uma matriz de referência.
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No Brasil, é possível identificar os inquéritos, diagnósticos, levantamentos, pesquisas sociais e educacionais promovidos pelo Inep nas décadas de 1950 e 1960, como sendo os antecedentes das avaliações educacionais em larga escala. Contudo, foi nos anos de 1980 que foi realizada a primeira avaliação em larga escala de relevância no Brasil, um conjunto de testes educacionais atrelados ao Programa de Expansão e Melhoria da Educação no Meio Rural do Nordeste (EDURURAL – NE). . Mas foi a partir da década de 1990, com a implementação do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb),
que as avaliações em larga escala passaram a ser amplamente difundidas e se popularizaram no país. Nesse período, o governo federal implementou avaliações de grande importância para o Ensino Fundamental, para o Ensino Médio e para o Ensino Superior, respectivamente, o Saeb, o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e o Exame Nacional de Cursos (ENC), atual Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade).
São exemplos de avaliações em larga escala nacionais o Saeb, o Enem e o Enade. São exemplos de avaliações em larga escala promovidas pelas redes estaduais o Sistema de Avaliação de Rendimento Escolar do Estado de São Paulo (SARESP) e o Sistema Permanente de Avaliação da Educação Básica do Ceará (Spaece) [4]. Em nível municipal, são exemplares das avaliações concebidas para as redes municipais a Política de Avaliação da Rede Municipal de Ensino de Petrolina/PE (Parmep) e o Índice de Desenvolvimento da Educação Paulistana/SP (IDEP).
No campo internacional, tem destaque o Estudo Regional Comparativo e Explicativo (Erce) e o Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa)[8]. Essas avaliações internacionais coletam e comparam informações sobre o desempenho de estudantes e fatores que influenciam a aprendizagem em diferentes países, dentre os quais o Brasil.
[Verbete elaborado por Thiago Esteves].
Referências
BONAMINO, Alicia Catalano de. Tempos de Avaliação Educacional: o SAEB, seus agentes, referências e tendências. Rio de Janeiro: Quartet, 2002. 192 p.
GATTI, Bernardete A. Possibilidades e Fundamentos de Avaliações em Larga Escala: primórdios e perspectivas contemporâneas. In: BAUER, Adriana; GATTI, Bernardete A.; TAVARES, Marinalva R. (Orgs.). Ciclo de Debates: vinte e cinco anos de avaliação de sistemas educacionais no Brasil: origens e pressupostos. Florianópolis: Editora Insular, 2013. 192 p.
PASQUALI, Luiz. Psicometria: teoria dos testes na psicologia e na educação. Petrópolis (RJ): Editora Vozes, 2013. p. 393.
WERLE, Flávia Obino Corrêa. Sistemas de avaliação da educação básica no Brasil: abordagem por níveis de segmentação. In: WERLE, F. O. C. (org.). Avaliação em larga escala: foco na escola. São Leopoldo (MG): Oikos; Brasília (DF): Liber Livros, 2010. p. 21-36.
Como citar este verbete
ESTEVES, Thiago. Avaliação em larga escala. In. ROTHEN, José Carlos; ESTEVES, Thiago; OLIVEIRA, Ivan dos Santos.. Glossário Brasileiro de avaliação educacional, 2021. Disponível em https://rothen.pro.br/site/category/glossario-brasileiro-de-avaliacao-educacional/ Acesso em data.
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