Avaliação institucional: o caso da UFSCar

Autora Joelma dos Santos [Bernardes]

Dissertação defendida na UFSCar em 24/02/24

Esta Dissertação de Mestrado tem o objetivo de investigar a atuação da Comissão Própria de Avaliação (CPA) em articulação com os processos de autoavaliação institucional. Para tanto fez uso de um estudo de caso na UFSCar em que foi investigada a articulação da avaliação institucional em quatro cursos presenciais de graduação da instituição, todos do campus de São Carlos. Para tal, o presente estudo orientou-se a partir da pesquisa qualitativa, assim, fezse uso da pesquisa documental, da entrevista semiestruturada, do levantamento bibliográfico e do questionário fechado online. Na pesquisa documental foi analisada a legislação das políticas públicas para avaliação da educação superior, do período de 1996 a 2008, e as regulamentações internas da instituição. Para o levantamento bibliográfico foi utilizada a bibliometria, o que possibilitou analisar 54 trabalhos entre teses, dissertações e artigos de pesquisadores nacionais e internacionais que investigam a temática avaliação educacional. Das entrevistas semiestruturadas participaram os seguintes atores: coordenador ou vicecoordenador de cada curso; um ex-membro da CPA/UFSCar; e um ex-membro da Comissão Organizadora do Projeto de Avaliação do Ensino de Graduação UFSCar. Por fim, o questionário fechado online foi aplicado aos discentes regularmente matrículados no penúltimo e no último ano; aos docentes que lecionam disciplina no penúltino e no último ano; e ao técnico administrativo de cada curso investigado. Os resultados alcançados por meio da coleta de dados demostraram que houve uma fraca articulação dos resultados da autoavaliação institucional que ocorre nos cursos com as ações desenvolvidas pela CPA e pela Gestão da UFSCar. Para sensibilizar a comunidade acadêmica a participar dos processos de avaliação institucional, seria necessário intensificar a gestão da informação dentro da IES, para que a CPA possa ser conhecida para, então, ser reconhecida. O pouco tempo para construção do relatório de autoavaliação institucional não propicia momentos de reflexão e de discussão com a comunidade. Houve momentos em que a avaliação regulatória predominou na instituição, contudo houve aqueles em que prevaleceu a avaliação emancipatória nas práticas cotidianas, evidenciando isso em dois cursos investigados. Constatou-se que a construção de uma concepção de avaliação é um campo conflituoso, pois há, dentro da instituição, atores sociais que querem a avaliação para o ranqueamento e para a classificação, como há aqueles que querem a avaliação formativa e emancipatória.