Perfume

 

Impulso e Pulsar são duas poesias e Catarina Lins personagem do livro Perfume de Mauro Nascimento. A história ocorre nos anos 1970 e expressa a força do desejo desses jovens clandestinos que concebiam o amor como premissa essencial para a construção da realidade. Carolina Lins após ser presa pelo DOI-Codi desaparece. A personagem representa uma das vítimas da ditadura militar brasileira.

Pulsar

O corpo pulsa

Quer prazer

 

O prazer cresce

Pulsa o corpo

 

Nós amamos

O peito pulsa

 

Pulsa o amor

O amor pulsa

 

Pulsa o prazer

O prazer pulsa

 

Pulsa, pulsa

Pulsa, pulsa

Impulso

Não há morte que mata o ser que ama,

a finitude é apenas um intervalo temporal,

o amor liga os intervalos finitos,

faz da criatura finita um ser infinito.

 

Não há morte que mata o ser que ama,

a criatura que ama supera a finitude

e como Psique despertada por um beijo de Eros

alcança a imortalidade.

 

Não há morte que mata o ser que ama,

é como o ciclo das estações,

a primavera sempre ressurge,

perfuma e encanta.

 

Não há morte que mata o ser que ama,

e como os andróginos do mito de Platão,

procura ao longo da eternidade

a metade que lhe foi cortada.

Sinopse do Livro Perfume

Amor e tempo. Temas universais singularizados nas vivências de Heitor, narrador-protagonista do romance histórico-filosófico Perfume, obra de estreia do escritor, professor e filósofo Mauro Antônio do Nascimento no campo literário.

A obra ficcional Perfume expressa em sua narrativa o poder transformador do tempo, do amor e do pensamento. As sensações, os diálogos e as reflexões impressas nas páginas deste livro permitem ao leitor vivenciar as experiências de um homem que busca, além da liberdade, compreender questões fundamentais da existência humana.

Em sua trajetória revolucionária, o jovem Heitor, para ser fiel aos seus princípios políticos, deixa sua namorada Cecília para se engajar na luta clandestina contra a ditadura militar brasileira. Na clandestinidade adota o pseudônimo Antônio e passa a viver em um aparelho. Nessa célula revolucionária inicia o seu convívio com Laura, Augusto, Ricardo, Ana e Fernando, jovens amantes da revolução, que lutam para a construção da primavera política brasileira.

O conflito entre o que se deseja e o que efetivamente existe é um dos núcleos deste romance. “Sonhos, desejos e medos diluídos constituem a matéria prima do que nos tornamos. Viemos a ser, por obra de nossas escolhas e das correntezas históricas, seres antropofágicos, revolucionários e sonhadores.” Este trecho do livro Perfume expressa a força do desejo desses jovens clandestinos que concebiam o amor como premissa essencial para a construção da realidade.