Pós-graduação: que bicho é esse?
Orientações frequentes
José Carlos Rothen (UFSCar)
Versão 09/03/2017
Para quem orienta, a pós-graduação é um ciclo que se repete: a cada novo estudante, apesar da diversidade de temas que eles pesquisam, começa um processo pelo qual se passará pelas mesmas fases, as mesmas dificuldades e angústias. Em cada fase da pesquisa se tem perguntas e orientações que são recorrentes. Com os primeiros orientandos trabalhamos de ‘improviso’, aos poucos se adquire experiência e aprende a lidar com cada uma das fases. Para “facilitar a vida” comecei a guardar fragmentos de orientações, as quais trago para este texto como uma seção de “orientações frequentes”.
Agradeço aos meus (ex) orientandos que leram este texto e o enriqueceram com as suas experiências.
1 Participar de um programa de pós-graduação.
Normalmente as pessoas pensam que a obtenção de um título de mestrado e doutorado pressupõe apenas a elaboração de uma dissertação ou tese. Ledo engano, obter os títulos de mestre e de doutor significa ser inserido na comunidade científica, para isso é necessário de participar de vários tipos de atividades. As principais são:
= cursar disciplinas com o objetivo de aprofundar conhecimentos da área. Nesse momento, se tem a formação geral e científica, muito provavelmente parte do referencial teórico deve ser discutido nelas;
= participar de eventos, nos quais se tem o contato presencial com a comunidade acadêmica, toma-se conhecimento das discussões mais recentes e tem-se a oportunidade de apresentar a comunidade científica as suas primeiras hipóteses;
= participar de um grupo de pesquisa. É momento de aprender a pesquisar em conjunto, de discutir as suas ideias e a dos outros. O ideal é que o estudante participe de uma pesquisa do grupo;
= realizar uma pesquisa e produzir uma dissertação ou uma tese.
1.1 Tipos de pós-graduação
A LDB de 1996 define no artigo 4º
“[…] pós-graduação, compreendendo programas de mestrado e doutorado, cursos de
especialização, aperfeiçoamento e outros, abertos a candidatos diplomados em cursos
de graduação e que atendam às exigências das instituições de ensino”.
Antes da LDB, a pós-graduação era dividida entre stricto sensu e lato sensu. Os programas de pós-graduação de mestrado e doutorado eram classificados em stricto sensu e os cursos de especialização e aperfeiçoamento de lato sensu.
1.1.1 Especialização e aperfeiçoamento
Especialização e aperfeiçoamento são cursos destinado a especialização profissional em uma temática específica; por exemplo, na grande área formação de professores, entre outros, tem-se os cursos de psicopedagogia e o de metodologia do ensino superior. Os cursos de especialização normalmente são divididos em disciplinas modulares e em um trabalho de conclusão. A principal ênfase é as disciplinas e não a pesquisa.
Atualmente diversas Instituições de Educação Superior oferecem Master of Business Administration (MBA). A expressão em inglês, levam diversas pessoas a pensarem que eles são mestrados, mas eles são classificados pelo Ministério da Educação como cursos de especialização ou aprofundamento na área de administração.
1.1.2 Mestrado
Atualmente os mestrados são divididos em acadêmicos e profissionais
1.1.2.1 Mestrado acadêmico
O mestrado acadêmico é composto de disciplinas de formação que fundamentam a pesquisa, do envolvimento com um grupo de pesquisa e da realização de uma investigação de caráter científica. A dissertação de mestrado é um primeiro ensaio para a realização da pesquisa científica, a sua principal característica é o conhecimento da realidade. O leitor da dissertação de mestrado terá aumentado o conhecimento sobre a realidade. O mestrado acadêmico é a formação inicial de pesquisadores
1.1.2.2 Mestrado profissional
O mestrado profissional se assemelha ao mestrado acadêmico por ser constituído de disciplinas, do envolvimento com um grupo de pesquisa e de um trabalho de investigação. A diferença é que o mestrado profissional é destinado à produção de tecnologia, ou seja, a dissertação é a proposição do uso do conhecimento científico para resolver problemas da realidade, por exemplo, uma metodologia do ensino de conceitos matemáticos. O leitor da dissertação terá aumentado o seu repertório de técnicas. O mestrado profissional é a formação de profissionais capazes de produzirem tecnologia.
1.1.3 Doutorado
O doutorado é constituído de disciplinas, do envolvimento com um grupo de pesquisa e da realização de uma investigação. Em um primeiro momento, pode se pensar que ele seja parecido com o mestrado; de certa forma é, mas ele exige muito mais densidade teórica e diálogo com a comunidade científica. O doutorado exige uma originalidade, que não é exigida no mestrado. Ela será atingida quando se trata o objeto com maior densidade teórica, o que significa, aprofundar as referências teóricas.
1.2 Fazer uma dissertação ou tese.
A realização de uma dissertação ou de uma tese é uma atividade de formação do pesquisador. Ao mesmo tempo que se realiza um trabalho de pesquisa que oferecerá a comunidade acadêmica e a sociedade uma contribuição para a temática investigada, a sua elaboração consiste na formação do pesquisador. Quem faz a tese não é um doutor, mas um estudante que está em fase de aprendizagem. Quem defende a tese é um doutor, escreve como tal. Fazer uma tese é aprender a ser doutor. O mesmo ocorre com a dissertação.
A orientação é uma relação professor-aluno, na qual o ensino se realiza na atividade da prática da pesquisa. Como toda atividade didática, a orientação é ao mesmo tempo uma ação de ensino, na qual se cria uma parceira, e de avaliação, ou seja, faz parte das atribuições do orientador apontar se o trabalho está dentro daquilo que é considerado científico ou não.
1.3 Mudança de nível.
Olhando de longe um TCC, uma dissertação e uma tese são iguais: as primeiras páginas é uma revisão da literatura e as últimas a apresentação dos resultados da pesquisa. De perto, são bem diferentes, no TCC se tem um grau de teorização inicial, a ênfase é na apresentação dos resultados da pesquisa. O mestrado é um primeiro treino de uma pesquisa com alguma consistência teórica. O doutorado já é uma pesquisa original que exige um grau de reflexão teórica madura.
Fazer uma dissertação não é elaborar um TCC com maior número de páginas.
Fazer uma tese não é elaborar uma dissertação com maior número de páginas.
1.4 Conhecer o orientador
No mundo da ciência existem diversas abordagens que implicam em conhecimentos que muitas vezes divergem. Por isso é necessário conhecer as referências teóricas do seu orientador, não necessariamente segui-las, mas conhecer para poder estabelecer o diálogo. Para me conhecerem sugiro e cobro aos novos orientandos a leitura e a elaboração de uma resenha da minha tese de doutorado.
Alguns dos meus orientandos seguem as minhas referências teóricas, outras adaptam e outros utilizam referências completamente diferentes.
1.5 Autonomia
A elaboração de uma dissertação e de uma tese é um momento no qual se desenvolve a autonomia intelectual do estudante. A autonomia implica:
= ter a capacidade de tomar decisões do caminho do trabalho;
= autocontrole. A autonomia não significa estar ausente de mecanismos de controle do trabalho, mas sim ter o domínio do ritmo das atividades. O controle deixa de ser externo e passa a ser interno. Um dos riscos deste processo de aprendizado da autonomia é que algumas pessoas se perdem sem o controle externo, para diminuir este risco é importante a realização de um bom planejamento.
O conhecimento autônomo produzido é confrontado com a crítica da comunidade científica, que legitima alguns discursos e deslegitima outros. Na elaboração da dissertação/tese o orientador representa a comunidade científica, ou seja, a ele compete apontar discursos que são considerados legítimos ou não. Como não existem uma única legitimidade, a palavra do orientador não é a última, o que implica o debate que leva a consensos. Em casos extremos, nos quais o orientando considere que a legitimidade que o seu orientador representa não é a mais adequada, deve-se solicitar a troca de orientador.
Em muitas vezes a correção realizada pelo professor pode se caracterizar como restrição à liberdade de pensamento, por outro é a correção de erros cometidos pelo estudante. Por exemplo, na afirmação “todo bom aluno tem boas notas, Maria tem boas notas, logo Maria é boa estudante”. Nessa afirmação há um erro lógico: toma-se a parte pelo todo, ou seja, na premissa maior não é obrigatório que todo aluno que tem boas notas é bom aluno. A obrigação do professor é dizer que a conclusão não está necessariamente correta. O aluno pode pensar que o professor é preconceituoso e considera que as mulheres não podem ser boas alunas, além do mais, é possível considerar que ele não respeita as suas ideias. O que pode ser verdade, mas a correção do exemplo não permite dizer isso. Somente o diálogo é que permite compreender o que é correção de erros e o que é restrição de liberdade de pensamento.
1.6 Normas
O orientando deve se informar das normas do Programa de pós-graduação, ou seja, conhecer as regras do jogo que está sendo jogado.
1.7 Prazos.
A dissertação/tese é a realização de um trabalho de longa duração. Ele pressupõe disciplina para trabalhar continuamente em um tema, planejamento de curto e longo prazo e, humildade de discutir e rever o material produzido. A maior lição da elaboração de uma dissertação e de uma tese consiste em aprender que a sua execução é uma tarefa muito grande, que se realiza parte por parte, sem perder a noção do todo e sem deixar se massacrar pelo todo.
A realização de uma pesquisa de pós-graduação tem prazos delimitados para a sua conclusão, o processo avaliatório da CAPES considera adequado 30 meses para o mestrado e 48 meses para o doutorado. No PPGE UFSCar o regimento interno prevê 24 meses para o mestrado e 48 para o doutorado.
Os prazos, por um lado, são positivos pois como toda pesquisa pode durar anos e como o mestrado/doutorado são períodos de formação, que precedem a inserção em grupos de pesquisas e profissional, é necessário delimitar o tempo. Por outro, são extremamente negativos por não considerarem os ritmos pessoais, a dinâmica que a pesquisa de determinados objetos exige e não respeitar as necessidades pessoais (licença maternidade, doenças etc.)
Os prazos da CAPES exigem algumas ações:
= planejamento muito bem estabelecido;
= disciplina de trabalho. Uma dissertação e tese se faz aos poucos;
= realizar o exame de qualificação no tempo certo;
= delimitação do objeto para que se consiga realizar a pesquisa no tempo correto e atender os padrões mínimos da academia de qualidade. Em número de páginas, no Brasil, uma tese de doutorado tem entre 200 e 250 páginas, e uma dissertação entre 130 e 180.
Considerando os prazos, a qualidade mínima do trabalho e a autonomia de uma pesquisa temos que
= o prazo é de responsabilidade do orientando. O não cumprimento do prazo pode implicar em perda do período de estudo, caso os pedidos de prorrogação não sejam aceitos pelo PPGE;
= a defesa é marcada apenas depois do efetivo término do trabalho e antes das revisões finais de português e de formatação.
= Caso seja necessário para superar as dificuldades do orientando, as reuniões de orientação podem ser diárias. Já fiz isso mais de uma vez e, se necessário, estou disposto a realizá-lo novamente.
1.8 Quando conversar com o orientador
Sempre que precisar tirar dúvidas de como proceder a pesquisa.
Pelo menos duas vezes no semestre, marcar uma reunião: no início e no final do semestre (balanço do que foi feito e planejamento para o semestre seguinte).
Na fase de redação pelo menos a cada 15 dias.
1.9 A Escrita
“Escrever é um trabalho como qualquer outro. Não basta ter imaginação ou talento. É preciso sobretudo disciplina. É melhor obrigar-se a escrever duas páginas diariamente do que dez por semana. Para isso, a condição essencial exigida é estar em forma. Exatamente como um desportista deve estar em forma antes de correr cem metros ou antes de disputar uma partida de futebol”. (BOURDIEU, O mercado de bens simbólicos. In:__. A economia das trocas simbólicas, p. 151)
Escrever é um treino, para isso é importante durante a execução das leituras fazer resumos e/ou resenhas dos textos que estão sendo lidos.
Escrever pressupõe ter o que escrever, para isso é preciso ler e pesquisar antes de querer escrever qualquer coisa.
Escrever exige um planejamento prévio: qual ideia irei defender? Quais argumentos utilizarei? Qual é o sumário do meu texto. Ou seja, ter o mapa da escrita.
Escrever é também pensar sobre o tema. Apesar de todo planejamento inicial a escrita nos faz reavaliar o que pensamos, rever os caminhos da argumentação. Muitas vezes a escrita é fragmentada, começa-se a escrever uma ideia e para-se no meio. O texto final não deve ter esta fragmentação, mas na fase de elaboração dos rascunhos ela é inevitável. Como bom, exemplo desta necessária fragmentação da escrita, sugiro a leitura dos “Cadernos do Cárcere” de Gramsci. Nele o autor foi escrevendo as suas reflexões no período que esteve preso, depois ele iria fazer a revisão e a restruturação do texto, o que não ocorreu devido a sua morte. Temos que ter o nosso “Cadernos do Cárcere” da dissertação ou da tese.
Escrever gasta pelo menos 5 vezes o tempo que pensamos originalmente que seria necessário.
Nem tudo o que escrevemos durante o mestrado e o doutorado fará parte do trabalho final.
1.10 Revisão ortográfica e gramatical.
A elaboração da dissertação e da tese é um bom momento para aperfeiçoarmos a forma como escrevemos, de reaprender as regras gramaticais e a ortografia das palavras. Para tanto o texto deve passar continuamente por revisões. A cada revisão devemos aproveitar para (re) aprendermos a escrever, a cada correção feita devemos ficar atentos para que ocorra a aprendizagem. Quando criança na escola, os nossos professores pediam para que escrevêssemos três vezes as palavras com erros de ortografia, esta atividade não é um castigo, mas uma forma de gravar a grafia.
Hoje em dia além da correção humana, temos várias ferramentas informatizadas de correção, uma delas é o corretor do Word. Existem vários sites que ajudam na revisão do texto, por exemplo, estas orientações foram revisadas em dois sites: o Flip (https://www.flip.pt/FLiP-On-line/Corrector-ortografico-e-sintactico) e o LT (https://languagetool.org/pt-BR/). As revisões eletrônicas ajudam muito, mas tem que serem usadas com cuidado, pois em alguns casos eles induzem a erro. É necessário ver a sugestão de revisão e avaliar a sua pertinência ou não. Sugiro que utilize mais de uma ferramenta de revisão, cada uma delas tem algum tipo de ênfase na correção.
A revisão eletrônica não dispensa a humana. O texto deve passar pela revisão de um profissional pelo menos antes da qualificação e da defesa. Em alguns casos é necessário que sejam feitas mais revisões, para que efetivamente ocorra a aprendizagem. A escolha do profissional deve ser feita com muito cuidado, uma revisão malfeita pode piorar o texto.
1.11 Quando enviar um texto para orientador
Depois que ele estiver revisto várias vezes.
Quando precisar de orientação.
Sempre que terminar um capítulo ele deve ser enviado ao orientador, não se pode começar um outro capítulo antes do anterior ter sido enviado.
As referências bibliográficas fazem parte do texto e devem ser encaminhadas juntas com o texto para a leitura.
Ao enviar uma parte do trabalho para ser lido é importante encaminhar junto o sumário do texto todo, apontando em que local ele está inserido.
1.12 Dropbox e Google Drive
É interessante mantermos uma pasta em conjunto em um drive virtual como o Dropbox, o Google Drive e o Onedrive. Para que todas as pastas dos meus orientandos fiquem juntas, a pasta em comum deve ser nomeada “orientando Fulano”. Dentro desta pasta teremos as seguintes.
“1 Para José ler”
“2. José leu”
“3 Projeto”
“4. Capítulos da tese”
“4.1 Versão qualificação”
“5 artigos”
“5.1 Publicados”
“5.2 Submetidos”
1.13 Línguas.
Além da língua portuguesa no nosso mundo atual se tem a necessidade de conhecer outras línguas, principalmente o inglês e secundariamente ou o espanhol, ou o francês, ou o alemão. Se ao entrar na pós-graduação não tem ainda domínio de língua estrangeira, então está na hora de começar a estudar.
1.14 Alfabetização digital
Vivemos em mundo digital. Não se é possível pensar realizar uma pós-graduação sem o mínimo de conhecimento de informática. Se não tem este conhecimento, está na hora de adquiri-lo rapidamente. Como conhecimento mínimo destaco:
= Word: usar estilos e fazer sumário automático; inserir figura; elaborar tabelas e; marca de correção.
= Excel; formatação de tabelas, uso de fórmulas e elaboração de tabelas dinâmicas.
= Power Point – Elaborar apresentações.
= Internet: saber utilizar banco de dados como o Scielo. Sites de busca como Google e Google acadêmico
= Dropbox, google drive e one drive.
Na internet é possível encontrar diversos cursos on line gratuitos
1.15 Técnica Leitura
Sugiro para todos os textos lidos realizar anotações das partes mais importantes do texto e elaborar um resumo ou resenha do mesmo. Abaixo uma sugestão de ficha de leitura.
Referência bibliográfica.
Questão/problema
Tese (resposta a questão) no máximo três linhas
Argumentos em tópicos, anotando o número da página.
=
=
=
Resenha do texto ligando a leitura ao seu trabalho.
2 Fases da Pesquisa
Em alguns momentos da pesquisa se trabalha com todas as partes juntas e em outros em partes específicas:
= nos estudos exploratórios a definição do tema e do projeto, todas as partes são trabalhadas ao mesmo tempo. É a hora de saber qual é exatamente o tema, qual o melhor referencial teórico, a melhor metodologia etc.;
= quando se termina o projeto e começa a se trabalhar a contextualização (teórica e do objeto) é importante trabalhar parte por parte;
= na elaboração do texto de qualificação, volta-se a trabalhar o texto como um todo, no sentido de harmonizar as partes;
= pós-qualificação, com a pesquisa de campo, volta-se a trabalhar em partes isoladas;
= na elaboração do texto final, volta-se a trabalhar o texto como um todo, no sentido de harmonizar as partes.
2.1 Pré-projeto
É o texto encaminhado para o processo seletivo.
2.2 Projeto
Nos primeiros meses da pós-graduação, o pré-projeto é revisado e ampliado em comum acordo com o orientador. Ele é um guia para o desenvolvimento da pesquisa. É este projeto que se envia para as agências de fomento para solicitação de apoio e de bolsas. É um texto que não passa de 20 páginas. Contém: contextualização do objeto, um breve estado da arte, objetivos, metodologia e cronograma.
2.3 Comitê de ética.
A realização de pesquisas em ciências humanas que envolvem seres humanos é regulada pela Resolução nº 510, de 07 de abril de 2016 do Conselho Nacional de Saúde (http://conselho.saude.gov.br/resolucoes/2016/Reso510.pdf)
O ideal é submeter o projeto ao comitê de ética da UFSCar logo que esteja pronto a versão final do projeto, nos casos que necessitem a aprovação do comitê.
2.4 Expansão do Projeto: definição do tema e objetivos.
2.4.1 Estado de arte sobre a temática.
Como a temática é tratada.
2.4.2 Objetivos
É o resultado da pesquisa, que permite saber quais caminhos tem-se que seguir. Objetivo geral: O que se pretendo com a pesquisa. Objetivos específicos de contexto: investigações sobre o contexto teórico da pesquisa e do contexto histórico no qual o objeto está inserido. Objetivos específicos da pesquisa: as fases da pesquisa de campo.
2.5 Contextualização
O trabalho de pesquisa e o texto final exige três contextualizações:
= O Estado da arte sobre a temática, ou seja, o que a comunidade científica já discutiu sobre o tema.
= Metodológica: como ocorre o conhecimento.
= Objeto (histórico do objeto, contexto histórico no qual ele é analisado).
Nesta fase, mais de uma obra e autor sobre cada tópico da contextualização devem ser utilizados. Documentos fundamentais da contextualização devem ser lidos, não é suficiente a interpretação de outros.
A elaboração da contextualização encontra dois erros frequentes antagônicos:
= considerar que a contextualização é a dissertação/tese. Todos os temas da contextualização podem vir a ser uma dissertação/tese, se esta for a opção o trabalho muda, o que era contextualização vira pesquisa, daí é necessária outra contextualização, outra revisão bibliográfica;
= considerar que a contextualização não tem importância e não se dedicar a sua elaboração.
Na elaboração da contextualização se aplica a máxima aristotélica: a virtude se encontra no meio entre os extremos.
2.6 Exame de qualificação
Há diferentes visões de qual é o momento da realização da qualificação. Algumas qualificações são quase uma pré-defesa em outros ocorrem antes da realização da pesquisa de campo. Na minha opinião o melhor momento para a realização do exame de qualificação é quando estão concluídas as contextualizações e antes de iniciar a pesquisa de campo. Assim a qualificação tem como objetivo avaliar a contextualização, ter um olhar externo sobre o trabalho e discutir os procedimentos da pesquisa de campo.
Para que a banca tenha conhecimento prévio do estágio do trabalho e de quem é o candidato, sugiro que nas primeiras páginas do material de qualificação sejam inseridas as seguintes informações.
Candidato
Graduação
Mestrado
Resumo do currículo lattes
Atividades de pesquisa a serem realizadas
Previsão para defesa
2.7 Pesquisa de campo
2.8 Análise dos dados
Agrupar os dados para análise
Definição da tese e elaboração de esquema da argumentação (sumário)
Um erro frequente na análise de dados é se esquecer das referências elaboradas na contextualização, por exemplo, elaborar a referência teórica usando Foucault e depois na análise usar Marx. Caso as referências da contextualização se mostrem inadequadas ou insuficientes ela deve ser reformulada.
Este é um momento no qual se tem contato frequente com o orientador.
2.9 Redação da tese
Redação dos capítulos finais.
2.10 Pré-defesa
Antes de marcar a qualificação e a defesa da dissertação e da tese, promovo uma seção na qual os outros orientandos leem e fazem a arguição do trabalho. Esta prática tem os seguintes objetivos:
= submeter o trabalho à avaliação dos colegas para que se possa corrigir problemas que o texto tenha e que não foram percebidos;
= realizar um treinamento para a defesa;
= oferecer oportunidades aos meus orientandos de aprenderem a participar de bancas;
= discutir com o grupo o que é uma dissertação e uma tese;
= dar conhecimentos a todos os orientandos os trabalhos desenvolvidos no grupo.
2.11 Preparação para a qualificação e para a defesa
Depois do trabalho pronto, temos a preparação dos originais. Um trabalho bem-apresentado ajuda a leitura da banca. Ela normalmente demora mais do que imaginamos.
Prever 2 a 3 dias para realização das cópias para envio à banca.
= criar uma cópia em PDF. É comum ao fazer a impressão o Word alterar a configuração do texto.
= conferir o PDF;
= impressão do arquivo em PDF;
= leitura/passado de olhos com atenção do trabalho;
= acertos no arquivo e nova versão em PDF;
= impressão do arquivo em PDF;
= conferência da impressão;
= cópia xerox. Deve-se evitar imprimir todas as cópias, pois há risco de os exemplares terem alguma pequena diferença, a cópia xerox evita este risco;
= conferir as cópias xerox;
= enviar NÃO por Sedex. O Sedex exige que o receptor esteja em casa para assinar o recebimento do texto, fato este que acarreta atrasos na recepção do material.
3 O texto científico
3.1 O que caracteriza um trabalho científico?
Uma dissertação ou tese pressupõe
= debate com outros cientistas;
= referencial teórico que permite olhar a realidade;
= o uso de fontes primárias;
= informações para que outros possam reproduzir o seu trabalho, indicar o caminho percorrido.
3.2 Tipos de fundamentação
Diferentemente de ensaios, no qual a opinião é o mais importante, o trabalho científico deve ser fundamentado, ou seja, apoiar-se em
= ideias doutros.
= dados empíricos.
= raciocínio.
3.3 Partes do texto
Como todo texto uma dissertação e uma tese são divididas em Introdução, desenvolvimento e conclusão. Atualmente partes de uma dissertação e de uma tese são chamadas de seções primárias, secundárias e assim por diante. As seções primárias são formadas pela Introdução, os Capítulos, a Conclusão e as Referências. É importante observar que cada seção (primária, secundária, terciária etc.) tem as partes clássicas de um texto, ou seja:
= introdução: tema, objetivos/problema, justificativa e partes do texto;
= desenvolvimento;
= conclusão: contribuição da seção para a dissertação ou tese.
Redação das seções
= elabora-se primeiro a introdução.
=. Elaborar um sumário no qual será apresentada a argumentação para cada objetivo.
3.3.1 A introdução
Na introdução apresenta-se
1. a trajetória de pesquisa, as motivações que levaram a esta investigação;
2. sucintamente a trajetória histórica do objeto. Por exemplo, a história de uma determinada política;
3. como a literatura trata do tema proposto e qual a originalidade e/ou contribuição do trabalho;
4. os questionamentos e as inquietações que levaram a pesquisa;
5. os objetivos da pesquisa;
6. a forma como o trabalho foi estruturado para o desenvolvimento da investigação.
3.3.2 Desenvolvimento
Capítulos de contextualização
Capítulos da tese.
3.3.3 Conclusão
Em uma conclusão clássica consta dos seguintes itens
= resgate dos objetivos
= resumo das partes do texto;
= a tese defendida;
= limites do trabalho: o que não fez;
= possíveis desdobramentos do trabalho para pesquisas futuras;
3.3.4 Referências bibliográficas
As referências bibliográficas fazem parte da argumentação científica. Para o leitor é importante ter conhecimento de quais obras efetivamente foram citadas. Durante a execução do trabalho cada obra citada deve ser inserida nas referências.
Existem duas formas de ir guardando as referências:
1) criar um arquivo no qual as referências são inseridas
2) ao final de cada capítulo inserir as referências.
Ao enviar ao professor um texto a ser lido, deve-se encaminhar também o arquivo com as referências, pois elas fazem parte do texto. A leitura fica mais difícil sem as referências.
3.4 Honestidade intelectual
Faz parte da ética acadêmica citar a fonte das ideias utilizadas. A ciência trabalha com o diálogo e com a contribuição mutua, é impensável um trabalho acadêmico sem citar outros. A diferença entre um autor culto e um desonesto é que o primeiro cita quais ideias utilizadas não lhe pertence, o segundo, comete plágio usa a ideia de outros sem citá-las.
Há plágios de pequena e de grande extensão; os de grande extensão podem levar a processos administrativos e criminais. Como há também o plágio direto e o indireto: o direto é transcrição literal da ideia do outro (cópia), o indireto é apresentar com as suas palavras as ideias dos outros sem citar a origem.
Com o uso pelas agências de pesquisa do número de publicações para avaliação, alguns pesquisadores começaram a publicar o mesmo artigo em eventos e revistas diferentes. Algumas vezes mudando o título e outros nem isso. Para coibir está prática começou-se a considerar estas publicações como autoplágio, ou seja, o autor transcreve textos e ideias próprios publicados em outros lugares.
Bons textos para atingirem públicos diferentes podem e devem ser republicados, para não se caracterizar como autoplágio deve-se tomar alguns cuidados: 1) ao republicar o artigo evitar alterar o título; 2) informar em nota de rodapé que o texto é uma republicação ou versão de um texto publicado anteriormente. É comum um texto apresentado em um congresso ser republicado com algumas alterações em uma revista e futuramente como capítulo de livro. Informando o leitor que o texto é uma republicação não se considera autoplágio. Normalmente republicação segue a seguinte ordem: primeiro em um congresso depois em uma revista e finalmente como capítulo de livro, em alguns casos passa-se direto para a publicação como capítulo de livro.
Existe também o autoplágio em pequena extensão, que é a transcrição de partes de um texto para o outro. Isso é comum nas partes de contextualização, por exemplo, um pesquisador que trabalho sobre o SINAES ao publicar um texto sobre o ENADE e outro sobre o IGC precisará contextualizar as duas temáticas dentro da história da avaliação brasileira e do próprio SINAES. Uma mesma contextualização poderia ser usada para os dois textos, contudo isto caracteriza-se como autoplágio. Para evitar este problema se deve fazer duas redações diferentes e/ou se auto citar de forma direta ou indireta.
Para evitar-se o autoplágio devemos nos citar. Duas formas são bem aceitáveis para auto citação: 1) “Em trabalho anterior apresentei [ … ]”; 2) “o Sinaes é resultado de um conjunto de proposições contraditórias (BARREYRO, ROTHEN, 2006)”. Na autocitação não se pode fingir que “você não é você”, por exemplo, “Segundo Barreyro e Rothen (2006), o Sinaes é resultado de um conjunto de proposições contraditórias”. Nesse caso parece que Rothen é outra pessoa, que no caso é falso.
Também deve-se evitar um exagero de auto citação.
3.5 O debate.
A vida acadêmica é caracterizada pelo debate, que pode ser oral ou escrito. No debate se tem a contraposição de ideias e a crítica ao trabalho do outro. Atualmente os debates acadêmicos têm uma etiqueta a ser seguida:
= Nunca usar juízos de valores para desqualificar o trabalho do outro. Mesmo quando se faz necessário apontar limitações do trabalho deve se usar termos não agressivos; por exemplo, ao invés de dizer “este trabalho é uma porcaria” pode-se afirmar: “o trabalho é superficial”.
= As sugestões de melhoria e de caminhos a serem seguidos devem ser apresentados como sugestões e não como imposições.
= Não focar apenas nas partes problemáticas do trabalho, mas também nos aspectos positivos. Elogiar aquilo que merece elogio. Sugiro sempre começar e terminar a fala elogiando, o que verdadeiramente merece elogio.
= Ouvir com atenção a fala dos outros e somente depois contrapor.
Ouvir críticas ao nosso trabalho não é uma atividade prazerosa, ao contrário é muito ruim. Contudo, a crítica faz parte da vida acadêmica, por isso é necessário aprender a ouvir e a controlar os impulsos de agressividade. A contínua participação em debates nos faz aprender a receber as críticas sem sofrimento.
Uma técnica utilizada, a partir da década de 1990 e corriqueira hoje, nas bancas de qualificação e defesa é não responder as críticas da banca. Concordando ou não, os orientandos dizem “obrigado pela contribuição”, “vou conversar com o meu orientador e ver o que faremos”. Está prática está acabando com o debate das defesas. Agradecer, faz parte da boa educação, mas a resposta não pode se resumir a isso. Na resposta tem que dizer o que concorda, o que discorda e em que ponto está em dúvida.
4 Planejamento
Abaixo apresento uma sugestão de cronograma básico para a elaboração de teses e dissertações.
|
Mestrado |
Doutorado |
1ª versão do projeto |
1 – 5 mês |
1 – 5 mês |
Revisão bibliográfica
Referencial teórico
Estudo Exploratório
Caracterização do Objeto |
6 ao 12 mês |
6 ao 24 mês |
Seminário de dissertações e tese |
Setembro do primeiro ano |
Setembro do segundo ano |
Qualificação |
Março do 2 ano |
Março do 3 ano do doutorado |
Pesquisa de campo
Levantamento dos dados (leitura dos textos)
Análises dos dados |
Até novembro do 2 ano |
Até Agosto do 4 ano. |
Pré-defesa |
Dezembro |
Entre agosto e outubro |
Revisão de português |
Janeiro |
Janeiro |
Defesa |
Fevereiro |
Fevereiro |
4.1 Exemplo de planejamento semanal
Entre 9 e 10 horas por dia.
Segunda | Terça | quarta | quinta | sexta | Sábado | domingo | |
6h30 | levantar | levantar | levantar | levantar | levantar | levantar | Dia do senhor |
7h30 | estudo | estudo | estudo | estudo | estudo | estudo | |
9h30 | recreio | recreio | recreio | recreio | recreio | recreio | |
9h45 | Estudo | Estudo | Estudo | Estudo | Estudo | Estudo | |
12h00 | Almoço | Almoço | Almoço | Almoço | Almoço | Almoço | |
13h30 | Estudar | Estudar | Estudar | Estudar | Estudar | descanso | |
15h00 | Recreio | Recreio | Recreio | Recreio | Recreio | ||
15h15 | Estudar | Estudar | Estudar | Estudar | Estudar | ||
18h00 | Jantar | Jantar | Jantar | Jantar | Jantar | ||
20h00 | Atividade física/lazer. | Atividade física/lazer. | Atividade física/lazer. | Atividade física/lazer. | Atividade física/lazer. | ||
22h00 | Dormir | Dormir | Dormir | Dormir | Dormir |
5 Coautoria
Sou do tempo que nas ciências humanas o trabalho do orientando era considerado exclusivamente de autoria dele. Assumindo uma posição próxima das ciências duras, hoje em dia se considera que o orientador pode ser considerado coautor do trabalho, ou das publicações dela decorrida. Segundo o CNPq
“Somente as pessoas que emprestaram contribuição significativa ao trabalho merecem autoria em um manuscrito. Por contribuição significativa entende-se realização de experimentos, participação na elaboração do planejamento experimental, análise de resultados ou elaboração do corpo do manuscrito. ” (http://cnpq.br/diretrizes)
De forma ampla, se o orientador efetivamente orientou o trabalho é possível que ele seja considerado coautor. Contudo, nem todos os trabalhos realizados pelo orientando durante o mestrado/doutorado o orientador é necessariamente coautor, a leitura do texto e/ou alguma pequena sugestão efetivamente não caracteriza a coautoria. A inserção do nome do orientador em um texto que será publicado exige a expressa concordância. Segundo a FAPESP
“Em um trabalho científico devem ser indicados como seus autores todos e apenas os pesquisadores que, tendo concordado expressamente com essa indicação, tenham dado contribuições intelectuais diretas e substanciais para a concepção ou realização da pesquisa cujos resultados são nele apresentados”. (Fapesp, Código de Boas Práticas Científicas, p. 23)
Assim ao encaminhar algum texto para publicação deve se antes consultar o orientador sobre a inserção do seu nome ou não. Na dúvida, ou se não conseguir consultar, não insira.
Outro aspecto importante é em relação à ordem dos autores. A situação ideal é antes de iniciar o trabalho se combine quem será o autor. Normalmente, quando não é colocado em ordem alfabética o primeiro nome representa maior importância e responsabilidade sobre o texto. Em linhas gerais considero que artigos resultados de:
= Trabalho diretamente ligados a pesquisa de dissertação ou da tese, quando for considerado em comum acordo adequado inserir o nome do orientador, o nome do orientando deverá vir em primeiro lugar;
= Trabalho no qual o orientando foi convidado pelo orientador a participar de uma pesquisa paralela o nome do orientador virá em primeiro lugar;
= Trabalhos de pesquisa paralelos coletivos que foi coordenado pelo orientador, o nome deste virá primeiro;
= Trabalhos de pesquisa paralelos à pesquisa que o orientador no máximo fez a correção do texto, o nome do orientador não deverá ser inserido.
6 Tese/dissertação saudável.
Existem muitos relatos de que as pessoas adoecem durante o período de realização de uma dissertação ou tese. Muitos fatores objetivos contribuem para este fator, entre eles, temos os prazos da Capes que são apertados e a ansiedade deles decorrentes.
6.1 Sugestões para uma tese saudável
= Ter um planejamento de longo prazo, com metas intermediárias;
= para os alunos bolsistas sugiro trabalhar 44 horas por semana, pelo menos 30 horas com a dissertação ou com a tese;
= para os alunos não bolsistas reduzir as horas de trabalho ao mínimo possível e dedicar 30 horas semanais para a dissertação ou a tese;
= ter uma rotina de trabalho: hora de acordar, de trabalhar, de almoçar, jantar e dormir;
= fazer atividade física regular, por exemplo, caminhadas;
= ter momentos de repouso;
= respeitar o dia do senhor (domingo).
6.2 Férias
Há um mito na academia de que orientando não tem direito a férias. O que na minha opinião é um equívoco, é necessário ter alguns momentos de descanso. Sugiro:
= Fazer uma pausa de 15 dias entre o natal e o dia de Santo Reis (6 de janeiro).
= Fazer uma pausa entre a entrega do material de qualificação e o exame de qualificação.
6.3 Motivação externa e interna
A motivação para a realização de uma pesquisa pode ser externa ou interna. A motivação externa é relativa aos benefícios que podemos obter com a defesa da dissertação/tese: aumento salarial, oportunidade de emprego etc. A motivação interna é ligada ao prazer de conhecer, de pesquisar e de produzir o conhecimento. Quando a motivação para a realização de um trabalho é somente a externa a vida na pós-graduação não será fácil.
7Arguição
Durante a pós-graduação de bancas de pré-qualificação e pré-defesa dos trabalhos dos colegas. Esta atividade tem como objetivos: 1) contribuir com o trabalho do colega; 2) aprender com o trabalho dos colegas; 3) aprender a participar de bancas.
As bancas de qualificação e de defesa tem características e objetivos diferentes: a de qualificação é de analisar se o caminho que se propõem a realizar está bem delimitado; a de defesa se o caminho percorrido conduziu a bons resultados. Assim para cada uma das bancas o examinador deve fazer perguntas diferentes. Destaco que a banca de defesa a atividade não é a correção do trabalho, mas sim a discussão dos resultados.
Qualificação | Defesa | |
Revisão da literatura | Extensão da revisão
Adequação do estado da arte realizado |
|
Objetivo geral | Permite a delimitação da pesquisa? | Como a Dissertação/tese atinge os objetivos propostos |
Objetivo específicos | Estão articulados com o geral, indicam fases da pesquisa? | |
Objeto | Permite atingir os objetivos?
A adequação da extensão do objeto Delimitação do objeto Resultado do estudo exploratório |
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Metodologia | Consistência das referências teóricas para análise do objeto.
Adequação dos procedimentos aos objetivos Viabilidade do cronograma |
|
Originalidade do trabalho | A contribuição do trabalho para o avanço da temática.
Como o texto apresenta sua originalidade. |
A contribuição do trabalho para o avanço da temática |
Tese | Clareza da tese defendida | |
Analise dos dados | Apreciar o uso das referências teóricas e da revisão da literatura na análise dos dados. | |
Estrutura do texto | Coerência lógica da argumentação | Articulação entre a argumentação do texto e a tese defendida |
Redação | Aspectos pontuais de fácil correção.
Problemas sérios de redação |
Aspectos pontuais de fácil correção. (apenas entregar)
Problemas sérios de redação |
Problematização da tese | Quais questões de aprofundamento a tese suscitam? |
8 Bolsa
Solicitar uma bolsa ou não? Esta é uma decisão que dou o mínimo de opinião, o que o estudante decidir eu apoio e batalho junto, mas a escolha é dele. A vantagem da bolsa é que pode dedicar-se totalmente aos estudos, a desvantagem é que perde oportunidade de ganhar experiência profissional.
O PPGE da UFSCar gerencia cotas de bolsas oferecidas pela CAPES e pelo CNPq. Normalmente o edital é publicado entre dezembro e fevereiro. É importante a leitura atenta do edital, pois é uma “competição”, um pontinho pode fazer diferença para obter ou não a bolsa.
O edital tem duas partes, uma é relativa a produção acadêmica/experiência profissional. Aí deverá verificar tudo que se exige, provavelmente, deve ser muito próximo do que se pediu no currículo do processo seletivo. A segunda parte é sobre as condições socioeconômicas, o estudante deve falar a verdade, mas é importante tomar cuidados, pois sem querer pode aumentar a renda de forma indevida, o que acaba prejudicando na “competição” pela bolsa. Reforço que as informações devem ser verdadeiras.
Outra possibilidade de bolsas é da FAPESP, que também exige o afastamento do emprego se a bolsa for aprovada e implantada. A solicitação pode ser realizada antes do resultado final do processo seletivo. Na FAPESP a bolsa de mestrado é de 24 meses, igual à do CNPq e da CAPES. Para o doutorado a bolsa é de 36 meses, tempo menor que o da CAPES/CNPQ, no caso de realização de doutorado sanduíche a bolsa é interrompida durante o período que estará no exterior e reativada na volta, o tempo das atividades no exterior não é considerado na contagem do tempo da bolsa. Nos dois casos o valor bolsa da FAPESP é melhor, além de contar com uma reserva técnica, a desvantagem no doutorado é que se tem de realizar o doutorado em menor tempo.
Pesa na aprovação da FAPESP: o currículo do orientador e o projeto do aluno. Normalmente o meu currículo é elogiado. Como a concorrência é grande, o projeto tem que ser excelente, muito bom, não consegue a bolsa. No site da FAPESP tem todas as orientações. http://www.fapesp.br/bolsas/ms#9.
O modelo de projeto usado no processo seletivo do PPGE da UFSCar é muito próximo do modelo da FAPESP, com a grande diferença é que no da FAPESP se pode chegar a 20 páginas. Aconselha-se que o projeto fique entre 18 e 20 páginas.
8.1 Já que você não trabalha.
Uma das dificuldades enfrentadas pelo bolsista é a compreensão da sua família de que ele não trabalha e por isso estaria disponível para atender a todas as demandas familiares. Diante desta compreensão qualquer problema de saúde ou de outro tipo é solicitado ao bolsista que ele se coloque a disposição para resolvê-los. Compete ao bolsista deixar claro a família que ser bolsista é equivalente a ter um vínculo trabalhista. Você está sendo pago para estudar, para pesquisar etc. O bolsista tem uma flexibilidade de horário de trabalho, mas as 44 horas semanais de estudo devem ser realizadas durante a semana e não na semana seguinte. Desta forma, o atendimento as demandas familiares devem ser restringidas.
9 Novas questões
Caso tenha alguma sugestão de tema a ser desenvolvido não hesite em sugerir.