A concepção de qualidade na Revista Ensino Superior (SEMESP) no período de 2000 a 2010

Autora Leticia Bortolin

Dissertação de mestrado defendida na UFSCar em 30/06/2017

O presente trabalho possuiu como objetivo compreender como é(são) tratada(s) a(s) concepção(concepções) de qualidade do Ensino Superior privado expressa(s) na Revista Ensino Superior (SEMESP), no contexto mercadológico, no período referente aos anos de 2000 a 2010. Dessa forma, descreveu-se o processo histórico de Expansão do Ensino Superior privado brasileiro, auxiliando na compreensão de qual foi a concepção de qualidade do Ensino Superior na Revista. Neste sentido, consideramos que a avaliação é um meio para medir se um curso/instituição tem ou não qualidade. Para tanto, fez-se uso da Epistemologia Política proposta por Rothen (2004) como forma metodológica para a realização das análises da Revista Ensino Superior, procurando conhecer e compreender quais foram os padrões coletivos (epistemologia) da Revista que orientaram seus respectivos grupos de editores na propagação de suas ideias, isto é, seus procedimentos de legitimação. Como resultados, a partir das análises realizadas durante o período proposto pela investigação, compreendeu-se que a Revista expressa um foco mais voltado para o setor privado e à expansão do mesmo, de modo a apresentar informações que auxiliem as instituições como um meio de assistência informacional. Indicam ainda, que há importância do marketing para a Revista, o que engloba o modo de propagar quais cursos ou IES conseguiram notas/conceitos altos nas avaliações e como o fizeram. Notou-se também, que tanto o termo avaliação e suas designações como o termo qualidade não são muito empregados, o que nos leva a considerar que não são assuntos que a Revista considera como importantes para divulgação. Destaca-se que, o período investigado, não houve uma concepção de qualidade definida pela Revista, mas entende-se que para se ter qualidade é preciso passar pelos processos avaliativos, buscando aprimorar os aspectos que estão com resultados insatisfatórios, além de possuir bons profissionais e que estejam em constante atualização. A partir da classificação tem-se, então, uma base de qual instituição possui ou não qualidade, sendo que, para a Revista, é preciso apontar os aspectos a serem melhorados, bem como acompanhar o mercado de trabalho, com atualização de cursos para atender às demandas do mercado. Por fim, os resultados demonstram que, apesar de ser um meio para encontrar problemas dos cursos/instituições, a avaliação e nota obtida é responsável por pontuar a qualidade, mesmo sendo ela polissêmica. Mas a Revista faz uma crítica na forma de avaliar alegando que as avaliações de instituições/cursos são iguais, mas cada IES possui características distintas.